Quando se trata de dor crônica, em grande parte das vezes, são de duração longa ou por vezes as pessoas sofrem durante toda a vida. O paciente vai até o consultório médico pela enésima vez e lhe é prescrito mais uma fórmula alopática na tentativa de eliminar as dores e não obtém sucesso. São histórias comuns no universo da dor crônica mas os canabinoides podem ter vindo pra mudar o desfecho desse drama.
DOR CRÔNICA
Dor crônica é aquela que persiste ou recorre por mais de 3 meses, persiste por mais de 1 mês após a resolução de uma lesão tecidual aguda ou acompanha uma lesão que não se cura. As causas incluem doenças crônicas (p. ex., câncer, artrite, diabetes), lesões (p. ex., hérnia de disco, ligamento rompido) e várias doenças primárias (p. ex., dor neuropática, fibromialgia, cefaleia crônica). Várias fármacos e tratamentos psicológicos são utilizados. Mas em grande parte das vezes ou são ineficazes ou provém inúmeros efeitos colaterais, sendo necessário interromper trazendo pouca adesão ao tratamento.
Diante da gravidade do quadro doloroso por vezes é introduzido medicamentos opióides que podem levar a morte. Como temos visto na epidemia americana de opióides aonde pessoas que utilizam de forma crônica vão se tornando resistentes e ingerindo doses cada vez mais altas até que atingem a dose capaz de induzir depressão do sistema nervoso central, levando ao coma, parada respiratória e a morte.
O tratamento em casos assim deve ser interdisciplinar e multifatorial, abrangendo desde terapias integrativas, nutrição e atividades fisioterápicas que serão determinantes no resultado e eficácia do controle da dor. Mas no artigo atual iremos abordar os principais mecanismos de ação dos fitocanabinoides no controle da dor e os seus níveis de atuação na modulação e transmissão da dor.
TRANSMISSÃO E PERCEPÇÃO DA DOR
A transmissão da dor acontece passando por 3 níveis aonde é possível barrar ou reduzir a passagem desse estímulo. O primeiro local possível de modular ou nivelar o processo ocorre á nível periférico, o segundo à nível espinhal e o segundo supra-espinhal ou no cérebro.
O nível periférico envolve as células inflamatórias e algogênicas que estarão presentes no local da lesão ou agressão. Esse primeiro nível de transmissão e modulação da dor ocorre tanto á nível celular quanto à nível nervoso periférico. Tanto no ambiente celular e no tecido circundante quanto nos neurônios periféricos existem receptores e comportas que podem modular a transdução ou transformação do estímulo seja elétrico, químico ou mecânico em sinal elétrico que irá ser transmitido pelo neurônio periférico.
A modulação à nível espinhal ocorre nas raízes dos gânglios dorsais da medula espinhal e nos neurônios inibitórios que se encontram num sistema de analgesia automática. Pra ficar mais fácil o entendimento é como se a medula espinhal enviasse um sinal de analgesia para a periferia do organismo toda vez que um sinal de dor passasse em direção ao centro da percepção da dor. Funciona como se fosse um filtro e esse mecanismo é fisiológico e explica o porquê que a dor de um corte aliviar minutos após o acontecido.
A modulação à nivel supra-espinhal é aquela que atua sobre as regiões corticais e medulares do cérebro, local em que será percebida a dor e a sua intensidade e irá fazer conexões para que ocorram reações emocionais, físicas e psicológicas. É o centro de controle que envia conexões para que a dor tenha uma reação de forma geral, desde taquicardia até tristeza ou euforia dependendo da situação, e todas as outras respostas agudas ou crônicas que a dor pode gerar.
CANABINOIDES PARA A DOR CRÔNICA E INFLAMAÇÃO
Os fitocanabinoides podem atuar em três diferentes frentes de combate ao mecanismo de transmissão da dor, podendo regular ela tanto positiva quanto negativamente. Em algumas condições, os níveis diferentes de atuação farão sentido de acordo com mecanismo causador da dor, se é dor aguda por lesão, se é dor crônica por desgaste ou neuropatia e seja ela também por um mecanismo nociplástico, que é o envolvido da fibromialgia e intestino irritável.
Os receptores canabinóides estão presentes em todos os três níveis de processamento da dor: (A) na periferia: CB1R está presente nas terminações nervosas sensoriais periféricas, tanto CB1R e CB2R são expressos no gânglio da raiz dorsal (DRG); (B) na medula espinhal: CB1R é encontrado no funículo dorsolateral, nas proximidades do canal central e no corno dorsal superficial. CB2R é expresso em células gliais altamente restritas à medula espinhal lombar; sua expressão coincide com o aparecimento da micróglia ativada, e (C) nos sítios supraespinhais: CB1R é distribuído em áreas do cérebro envolvidas no processamento, percepção e modulação da dor, por exemplo, tálamo, amígdala, núcleo parabraquial, substância cinzenta periaquedutal e medula rostroventral. Eles também estão presentes no núcleo caudado e putâmen (n. accumbens), gânglios da base, hipotálamo e cerebelo. CB2R é expresso em alguns neurônios no tronco cerebral e também em células gliais no cerebelo e córtex.
AGENTES ANALGÉSICOS ALÉM DOS CANABINOIDES
Dentre os metabólitos secundários que ocorrem na cannabis, destacamos os que mais significativamente determinam os efeitos e a direção do tratamento, que são os terpenos. São moléculas voláteis que conferem sabor e aroma à planta da cannabis, conhecidos como óleos essenciais e presentes em praticamente todas as plantas aromáticas, especiarias e frutas da natureza.
Esses compostos quando juntos fornecem uma atividade sinérgica conhecida como efeito comitiva. Assim obtém uma eficácia melhor e um controle mais fino dos efeitos colaterais.
texto Dr. João Carlos Normanha
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